terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Agora somos mobilizacaoprofessoresgo.blogspot.com.br

O grupo cresceu tanto em membros e ações, que foi necessário a ampliação também pela internet, e devido ao crescente rumo da mobilização agora temos um domínio próprio: http://mobilizacaoprofessoresgo.blogspot.com.br/ . Neste site a interação com o companheiro de luta é maior, entre e acessem à vontade.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Entre o CAOS e a ESPERANÇA: Percalços de uma caminhada pela Educação.

Por Michelle Ferreira de Oliveira - Professora por escolha, por decisão e por teimosia

Há muito tempo venho ensaiando arriscar alguns comentários acerca da situação conflituosa e angustiante que tenho contemplado em nosso sitiado Estado de Goiás. Admito que, como professora efetiva da Rede Estadual e, como professora interessada na formação de cidadãos críticos e pensantes, sinto-me absolutamente indignada, revoltada e enojada (acreditem esse é o termo: nojo), de manipulações baratas e inconseqüentes por parte daqueles que nunca pisaram em uma sala de aula na posição de professor.
É sempre bom rememorar e reconhecer que para existir o médico, o advogado, o fisioterapeuta, o jornalista e tantos outros profissionais que merecidamente recebem e devem continuar a receber seus méritos, foi necessária a existência de um professor. Seria lógico que, então, aquele que precede à formação profissional final escolhida por esses indivíduos em diferentes áreas fosse reconhecido ao menos de forma mais humana do que o tratamento despojado a essa classe. Mas, infelizmente, a (i)lógica estabelecida é reflexo das concepções educacionais que temos e que, historicamente foram enraizadas e arraigadas em muitos de ‘nossa espécie’ e, que vão se perpetuando solidamente por gerações. 

Durante muitos anos, me questionei sobre qual a razão, de um professor tão competente, com tanto argumento e consolidação teórica, retornar à sala de aula e repetir a lógica estabelecida. Busquei autores como o Brandão (2002); Brandão e Freire (2005), Tardif (2002), Machado (2011) e tantos outros, na tentativa de compreender as diferentes culturas, a formação docente, a prática docente, o trato pedagógico, o que é ensinar, o que é aprender, como lidar, de onde veio tudo isso e para onde vai, enfim, esse ‘mundinho’ chamado educação. “Mundinho” esse, que foi aos poucos se transparecendo cada vez mais complexo e perplexo. Envolto por muitos personagens que, faceiramente, compõem um complexo de histórias que se entrecruzam, se convergem e muitas vezes se divergem.

Essas questões promovidas dentro desse “mundinho” vão muito além da sala de aula, além da formação inicial, além da construção familiar, transpassam as questões sociais, políticas, econômicas, culturais, intelectuais e sei lá, talvez até mesmo espirituais (para os que acreditam em outras dimensões) e as emocionais. Toda essa tentativa de compreensão acerca desses conflitos reais do cotidiano, já gerou artigos, publicações, estudos e até mesmo meu trabalho de conclusão final de curso na graduação refletia sobre isso. Tinha tudo para minhas considerações tão bonitas e compreensivas sobre todo esse envolto acima pontuado responder minha questão inicial: por que o professor volta para sala de aula e atua com uma lógica mercadológica ou ainda, por que ele reproduz conhecimentos se aprendeu com os grandes teóricos da educação que, é preciso partilhar saberes, construir significados e formar cidadãos que sejam capazes de pensar e não só reproduzir?

Não foi preciso ir muito longe, nem passar vinte ou trinta anos em uma sala de aula para entender o drama de muitos dos meus colegas. Não retiro a responsabilidade que temos e, o compromisso que assumimos aos nos tornamos educadores, mas, é preciso ter claro que nem todos são professores e, assim como em toda e qualquer profissão, ou mesmo em várias circunstâncias da vida, não podemos pegar um determinado grupo colocar num saco e dizer “vocês são todos iguais” porque definitivamente, isso tanto geneticamente quanto cultural-social e historicamente, já é mais do que comprovado que não é fato. Somos diferentes, com histórias únicas e, portanto, devemos ser tratados assim, onde quer que seja. Que há aqueles que estão na luta por ideal e aqueles que já se cansaram da batalha, bem como, aqueles que nunca deveriam ter entrado nela.

Ressaltando então, a parte de professores interessados em transformar nossa sociedade, com ideais políticos, culturais e todos mais que forem possíveis, lamento dizer aos meus professores da graduação que não tiveram essa sensibilidade (talvez porque já estivessem há tempos demais longe de uma sala de aula de ensino básico ou ainda àqueles que nunca passaram por lá, mas, ainda insistem em formar professores e falar de experiências docentes) que, se talvez tivessem considerado que, os espaços educacionais não são jardins cheios de flores, ao contrário, são espaços cheios de grades para não serem roubados (a velha lógica invertida da sociedade onde a prisão é para os que deviam ser ‘livres’), que não há material suficiente para o cotidiano, que as salas de aula são depredadas pelos próprios alunos da escola que, não se sentem parte dessa construção e estão ali à força porque alguém disse que, se ele não tivesse estudo ele nunca seria alguém e,
embora estejam em um espaço que devesse levar em consideração que ele é alguém único, com uma história singular e perspectivas, ainda assim é tratado como ninguém... que esse espaço escolar há muito tempo se tornou nitidamente dividido entre o espaço para os bons e com poder capital que irão ocupar os cargos que hoje possuem maior esmero e reconhecimento no futuro profissional e o espaço que resta para os reles mortais disputarem as poucas vagas existentes em salas superlotadas que protagonizam a formação em massa e o ‘aprenda quem puder aprender e o que puder aprender é isso que temos’ e que, com muita sorte, com boas perspectivas encerrem o ensino médio, enfim, se tudo isso tivesse sido considerado, por pessoas que muitas vezes marcaram significativamente a formação docente inicial de meus colegas, talvez hoje, o despeito e desrespeito à prática docente poderia ser um pouco menor.

Falo isso, com tranqüilidade e com firmeza, pois, há também que engrandecer agradecer e reconhecer àqueles que, desde o início não foram omissos em demonstrar que o “pouco caso” dado à educação não é de hoje, que a desvalorização profissional ocorre há muitos anos, que viveram na pele a experiência de remar contra a maré e que ser professor do ensino básico exigiria hoje – no mínimo – insalubridade. Sei que esses poucos professores universitários que fizeram esse tipo de colocação em sala, não foram bem vistos e nem bem quistos muitas vezes. Fizeram muitos acadêmicos desistirem das licenciaturas e procurarem outra profissão, mas a eles... meu muito obrigada. Obrigada por evitar que mais pessoas inconscientes e sem decisão política (e isso não se refere à partido pois não faço e nem defendo partidos políticos) adentrassem via concurso em um lugar público, apenas para possuir a ‘estabilidade financeira’ e não fazer a menor diferença. A esses professores que embora mostrassem que, a realidade era árdua, também mostraram que era necessário acreditar que podíamos modificar histórias, meus sinceros agradecimentos.

Mas, também preciso agradecer às célebres frases pronunciadas por nossos ‘queridos’ representantes do governo (e ao que me parece, isso é meio comum entre esses representantes tanto no âmbito municipal, estadual e federal), eleitos por um povo sem memória – mas é bom ressaltar que agora temos comunicação virtual e nas próximas eleições, nem que seja para ‘twittar’ iremos lembrar seu nome com prazer... para rememorar os célebres pronunciamentos como “quer ser professor, faça por amor”, “professor não vai ficar rico mesmo”, entre tantas outras pérolas... como o voto para manter o Estado estável e não prejudicar o orçamento, mas, tratar anos de estudo como se nada fosse.
É... realmente, se o professor recebesse o que realmente ele merece (isso da educação básica à superior), por mérito, o governo (municipal, estadual e federal) teria duas opções: realmente ir a falência ou ter que deixar de lado suas milhares de regalias, seus milhares de assessores, seus 14º e até 15º salários, seus jatos particulares custeados pelo dinheiro público, suas diárias exorbitantes, suas viagens, seus auxílios ternos e seus salários que (ufssss) o meu não deve ser nem o dízimo do que muitos deles recebem... para que o salário do professor fosse cabível à sua responsabilidade. Não sou nenhuma economista para fazer esse cálculo, mas, com certeza, essa troca seria bem mais justa para nosso país.

Mas, diante desses poucos apontamentos que fiz, penso que a grande questão não é o trato pedagógico que o professor tem ou não tem dado; não é o índice do IDEB da escola e toda a preocupação que se demonstra nas propagandas com os estudantes; não é a redução da carga horária ou a mudança da grade curricular sem comunicar, dialogar ou mesmo levar ao conselho e, consequentemente, a minimização/desconsideração sobre o valor daquele conhecimento; não é o fato de pagar um bônus salarial para os professores assíduos e não publicar o fato de que essa conta é feita com base em um salário de professor que cumpre as 40h no Estado e, que essa bonificação é realizada somente uma vez ao ano (com promessa de ser por semestre),
e publicar aos quatro ventos que, um professor doutor na rede poderá chegar a ganhar até 5.200,00, mas, não deixar claro que esse valor será uma ou duas vezes por ano com as bonificações e, caso esse professor cumpra 40h, além de informar que professores de apoio (que tanto lutamos para poder ajudar no processo de inclusão dos alunos especiais) não recebem essa bonificação, assim como outros professores que estejam em funções diversas, porém, necessárias ao funcionamento da escola; não é o fato de não tornar público que, os professores como eu, que trabalham em escolas que paralisaram (nas duas manifestações que houveram) receberam 80% do ‘mérito’ que lhe cabia, pois, a escola parou dois dias para movimentações (ainda que não fosse o dia daquele professor na escola, a escola foi punida); não é o fato de tratar professores como meras
 máquinas reprodutoras mandando para as escolas o planejamento todo pronto para padronizar o que os alunos vão estudar e, se caso tenham que mudar de uma escola para outra, acompanhem os conteúdos; não é o fato de mudar a grade curricular e mandar que as escolas ofereçam disciplinas optativas por meio de projetos, sem haver uma estruturação e um preparo para isso; não é o fato de vários professores terem que se dirigir à subsecretaria para procurar escola, pois, ficou sem aula ou teve sua carga horária reduzida por redução de turma ou mesmo, por redução de quantidade de aulas na semana de disciplina x ou y; não é o fato de receber pressões vindas sabe Deus de onde que, se o professor faltar por qualquer razão que seja, terá seu nome publicado em um mural exposto para todos; não é o fato de perceber que estão tentando tampar o sol com a peneira e ler declarações do tipo:

“"Vim para o governo, criei um plano de carreira dos funcionários administrativos da Educação, valorizei, criamos a progressão vertical, e valorizamos como nunca a carreira dos professores. Antes, era desvalorizada. Este plano agora foi um ajuste para cumprirmos o piso nacional. Se não tivéssemos feito esse ajuste, não daríamos conta de cumprir o piso por conta do efeito cascata. Teríamos um impacto de R$ 800 milhões na folha de salários só da Educação em 2012. Então fizemos novo plano para termos condições de pagar o piso com valor, inclusive, acima do piso nacional, resgatando um importantíssimo compromisso de campanha. Não acredito que os professores tenham prejuízos na carreira. Uma coisa é ter um plano. Outra coisa é um plano inexequível. O plano que aprovamos será exequível, vamos dar aumentos, cumprir data-base, pagar os professores. O plano de Reforma da Educação, contempla 24 ações, todas focadas no desempenho e também no mérito. Desde este ano, nós criamos um plano de resultados com prêmios para os professores. No ano que vem, vamos aumentar o prêmio para os professores assíduos em sala de aula, linkar ao desempenho deles, melhoria dos indicadores do MEC e do próprio governo do Estado. Vamos criar um prêmio para os alunos que tiverem o melhor desempenho na avaliação do Ideb; criar um prêmio para as escolas. Uma série de mecanismos que valorizem as escolas, os professores e os alunos que se sobressaírem".
Isso tudo aí... é fichinha! E, penso eu, conseqüência de todo o processo histórico coronelista implementado com tanta eficiência no Brasil. Mas, as muitas questões que tenho nesse momento são: até quando iremos aceitar de braços cruzados tamanha eficiência em ‘destroçar’ nossa sociedade? Até quando um bônus semestral vale mais do que uma carreira conquistada com tanta luta por pessoas que sofreram tanto e à custa de tantas greves? Até quando prêmios nos comprarão? Que mérito é esse? Até quando o IDEB vai ser o ponto chave para as escolas poderem receber benefícios e não ao contrário, como deveria realmente ser? Até quando seremos motivo de piadinhas e gozações por acreditar que é possível mudar algo, ou por embora não concordarmos com nossos salários perseveramos naquilo que escolhemos? Até quando teremos que enfrentar nas nossas escolas uma sociedade que já é marginalizada pelo Estado e ter que lidar com tudo isso sozinhos? Até quando teremos que lidar com drogas, violência e todo hall proporcionado atualmente pelo cotidiano escolar? Até quando a culpa vai ser sempre do professor e sua (in)competência? Quando os padrões de notas no IDEB, Provinha Brasil, ENEM, ENADE, serão equivalentes aos padrões estruturais e as condições físicas para os professores ministrarem suas aulas? E, talvez, a mais inquietante nesse instante para mim: quando as pessoas irão abrir os olhos e perceber que estamos vivendo uma ditadura disfarçada, engalfinhados por uma estrutura perigosa, limitante e contrária à transformação social e valorização do conhecimento cultural local, e o pior... Conformados com essa estrutura?

De todas as dúvidas, certezas e últimas consolidações na organização estruturacional, curricular e educacional em nossos Municípios, Estados ou País, só me resta uma coisa... a esperança de que, em algum momento, essa passividade social que está instaurada em todas as áreas possa se tornar manifesta. Sem falsos saudosismos, mesmo porque, não vivi a ditadura militar e nem fui guerrilheira – acho que não me encaixaria nesse perfil, e quando nasci ela já tinha acabado, mas, que as pessoas possam falar dos problemas que são fato, sem terem que ser noticiadas, notificadas ou ameaçadas com falas, falácias e processos, que possam perceber que não temos armas, nem soldados nos cercando e nos vigiando, mas, que vivemos a ditadura psicológica e epistemológica, e é preciso um basta nisso! E, enfim, acreditar, ter a esperança que algum dia, em algum momento da história do Brasil, as pessoas possam entender que escola não é empresa, mas, sim um espaço de construção social e, que a educação é sim... definitivamente, o meio para possibilitar transformações sociais.

Sou professora sim, por paixão, por escolha e por teimosia! Sou professora da rede pública e, não quero esmolas. Quero condições dignas de trabalho, quero formação continuada e valorização do meu trabalho. Quero acima de tudo RESPEITO, respeito a minha intelectualidade, respeito a minha formação, respeito àqueles que me ensinaram que Educação não se vende, e muito menos minha dignidade tem um preço. Respeito à minha liberdade de expressão e comunicação.

Profª Michelle F De Oliveira


BRANDAO, C. R. . Paulo Freire, educar para transformar: fotobiografia. São Paulo: Mercado Cultural, 2005. 140 p.

BRANDAO, C. R. . A Educação como Cultura. 3. ed. Campinas: Mercado das Letras, 2002. v. 1.

MACHADO, M. M. ; GARCIA, L. T. . Educação ao longo da vida concebida pela lente de quem a fez no Brasil. Cadernos de Pesquisa em Educação PPGE-UFES, v. 17, p. 1-16, 2011.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.


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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CAMISETAS DO GRUPO MOBILIZAÇÃO DOS PROFESSORES DE GOIÁS



CAMISETAS DO GRUPO MOBILIZAÇÃO DOS PROFESSORES DE GOIÁS
 
1º Passo - Informar a sua numeração e a quantidade de camisetas desejada no post da Clarissa Ulhôa no Facebook (https://www.facebook.com/groups/mobilizacao.professores.go/ ) ou email (dianermiranda@hotmail.com ou clarissau@gmail.com );
 
2º Passo - Efetuar o pagamento na conta indicada e guardar o comprovante de depósito, visto que necessitará do mesmo para retirada da sua(s) camiseta(s);
 
DEPÓSITO DA CAMISETA - $15,00 Reais
Dados da conta:
DIANE ROCHA MIRANDA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
AGÊNCIA: 0667
OPERAÇÃO: 013 
CONTA POUPANÇA: 00.003.619-5

3º Passo - Informar a efetuação do seu depósito por email;
 
4º Passo - Retirar a sua camiseta assim que a mesma ficar pronta (isso será avisado nas redes sociais do grupo)
  

OBS: Guarde o seu comprovante de depósito para ser apresentado na retirada da sua camiseta e, se ainda não informou a quantidade de camisetas que deseja e a sua numeração, por favor, informe no post criado por Clarissa Ulhoa (
https://www.facebook.com/groups/mobilizacao.professores.go/).

Obrigada!
Comissão de Comunicação
Mobilização Professores GO

Esclarecimento a reportagem veiculada no dia 16-01-2012



Assembleia Legislativa aprova projeto que define novo valor em R$ 1.460,00

Confira também entrevista sobre o assunto
A Assembleia Legislativa aprovou, neste final de semana, durante período de autoconvocação, projeto de lei que define o novo Piso Salarial dos Professores em R$ 1.460,00. Este valor deve superar o que será proposto, nos próximos dias, pelo Ministério da Educação (MEC). 

Na oportunidade, confira abaixo entrevista com o chefe do Núcleo de Orientação Pedagógica da Secretaria de Estado da Educação publicada neste último domingo, 15 de janeiro. À reportagem do Diário da Manhã, Raph Gomes Alves deu mais detalhes sobre o novo piso e também aproveitou a oportunidade para falar sobre as mudanças no plano de cargos e salários da categoria, permitindo agora que os professores tenham muito mais chances de crescer ao longo da carreira, inclusive obtendo gratificações de até 60%, de acordo com a Política de Avaliação do Desempenho. Confira:

Diário da Manhã - Qual o valor que o Ministério da Educação definiu para o Piso dos Professores em 2012? O MEC está auxiliando Goiás neste sentido?

Raph Gomes Alves 
– O governador Marconi Perillo e o secretário Thiago Peixoto não pouparam esforços, junto ao MEC, na tentativa de levantar recursos para essa finalidade, mas o ministério não pode auxiliar o governo do Estado. Mesmo assim, em Goiás, vamos trabalhar, a partir deste mês de janeiro, com o valor de R$ 1.460; uma remuneração acima do valor recomendado pelo próprio MEC, que é de R$ 1.187,00. A expectativa é que o ministério defina um reajuste de 22% em cima destes R$ 1.187,00, o que daria algo próximo a R$ 1.450,00. Goiás pagará acima do valor nacional.

Prof. ExiJência -  Na verdade o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básicio) já arca com 60% do salário do professor, o Estado de Goiás deverá arcar com os 40% restante, e diz não dar conta porque aumentaria muito o impacto na folha de pagamento. Pensando assim, o Sec. Thimotinho Peixoto, desativou os Laboratórios de Informática, de Línguas, Ciências e os Projetos para diminuir o impacto da folha salarial. Ou seja, sucateou a EDUCAÇÃO em Goiás.


DM - As mudanças que alteram o plano de carreira dos professores trazem alguma perda para a categoria? Haverá algum tipo de redução no contracheque? E como fica a questão da titularidade?

Raph 
- Não haverá perda alguma para os professores. Todos terão incrementos em seus salários e novas oportunidades de progressão na carreira. Sobre a titularidade, ela passa a fazer parte do vencimento-base. Por exemplo: o professor P-III que tem vencimento-base de R$1.525,18 e 30% de titularidade (que corresponde a R$ 457,55), passa a ter vencimento-base de R$2.016,03. Antes, qualquer reajuste e até mesmo os qüinqüênios (5% de aumento) incidiam sobre R$1.525,18. Agora incidirá sobre R$2.016,03.

Prof. ExiJência -  Isso quer dizer o seguinte: o professor que não tinha titularidade recebia R$ 1525,18, e com o novo piso ele receberá R$ 2.016,03. Já o professor que tinha titularidade recebia R$ 1525,18 e 30% de titularidade (R$ 457,55) e agora passa a receber R$ 2.016,03 e 0% de titularidade. Peraí, então eu não perdi, apenas vou deixar de ganhar. Aliás, eu mesmo estou pagando o meu piso salarial, que legal!

DM – E por que a mudança no salário de entrada dos professores, que agora passa de R$ 1.525,18 para R$ 2.016,03?

Raph 
- A intenção foi tornar a carreira do professor mais atrativa, valorizando assim o profissional da rede estadual. Com isso, o professor que ingressar na rede por meio de concurso público, no nível P-III (com licenciatura plena), terá como salário inicial R$ 2.016,03 e não mais R$ 1.525,18. Isso já vale para os próximos concursos que serão realizados.
Prof. ExiJência -  Então um professor com anos de carreira e experiência profissional foi nivelado a um professor de início de carreira? Se esse professor experiente foi desvalorizado e desrespeitado hoje, quem garante que o professor recém chegado também não sofrerá a mesma desvalorização no futuro com novas manobras politiqueiras?


DM – Qual o impacto destes valores em relação às aulas de substituição?

Raph 
- Estas aulas também terão aumento da ordem de 30%, pois serão calculadas em cima de um novo vencimento-base. Ou seja, se o vencimento-base aumentou, o reajuste do valor da aula de substituição também é automático. Exemplo: um professor P-IV que tem 14 aulas de substituição recebe hoje R$ 859,82. Com o novo plano, passa a receber, por estas mesmas aulas, R$ 1.136,54.


DM - O salário final do professor também será alterado?

Raph 
- Sim. A partir de agora, o professor, que antes poderia ter um salário final aproximado de R$ 2.600,00, pode chegar a R$ 4.735,70 por meio da Política de Avaliação do Desempenho, que concederá gratificações de até 60%. Ela traz muito mais oportunidades do professor crescer, em todos os aspectos, ao longo da carreira. Incentiva o profissional e o estimula a trabalhar de maneira diferenciada, a ter foco no aluno e a querer melhorar cada vez mais. Esta política também fortalece os melhores professores, aqueles que fazem diferença em sala de aula.

Prof. ExiJência -  Consideranso que esta gratificação é somente para 20% do total de professores e o mesmo pode pleiteá-la a cada 3 anos, então, para receber este benefício, terei que esperar mais ou menos 20 anos. Mas aí, já terei aposentado sem os benefícios. Se o piso fosse pago conforme determinou a lei federal, sem alterar o plano de carreira, o salário final de um professor poderia chegar a cerca de R$5.000,00 com a mesma simulação acima.


DM - Por que o governo optou pela instituição da Política de Avaliação de Desempenho?

Raph 
- Porque o professor, principalmente quando chegava ao nível P-IV, não tinha perspectivas reais de crescimento. Ele passa agora a ter oportunidade de ter seu esforço reconhecido e premiado no decorrer de sua jornada profissional, podendo aumentar em até 60% seu vencimento e chegar a um salário de R$ 4.735,70.


Prof. ExiJência -  O professor PIV, tinha chances reais de crescimento, sim. Ao ser PIV, no plano de carreira anterior com o novo piso, ele receberia R$ 2273,07,mais gratificação de doutorado 50%, total de R$ 3409,50 e não R$ 2727,60 na manobra esdrúxula do governo. Com certeza, eu teria muito mais vontade em dar aula. E pensar que no final de minha carreira eu poderia estar ganhando R$ 5373,90 e não R$ 4735,70. Ai, ai, que desmotivação.

E ainda falam de meritocracia.

Um sentimento vazio

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

I Panfletagem - Terminal Praça da Bíblia

No dia 29/12/2011, às 17:00, a Mobilização dos Professores de Goiás fez sua primeira panfletagem no Terminal da Praça da Bíblia. Na ocasião foram distribuídos cerca de 3.000 panfletos.


 Para esclarecer a população goianiense como a reforma educacional do Governo de Goiás está rasgando o Plano de Carreira dos professores, foram distribuídos 2 tipos de panfletos:

PANFLETO I:

VOCÊ TEM PREOCUPAÇÃO COM O SEU FUTURO E DOS SEUS FILHOS?
ENTÃO LEIA O TEXTO A SEGUIR

A educação brasileira vive um momento de grandes dificuldades e é necessária a luta pela mudança dessa realidade.
ESCOLAS PÚBLICAS em todo o Brasil SOFREM COM O DESCASO DO ESTADO e os trabalhadores da educação continuam desvalorizados. Em Goiás a realidade não é diferente. O governo de Marconi Perillo (PSDB), de Paulo Garcia (PT), de Maguito Vilela (PMDB), entre outros, insistem em não cumprir a Lei do Piso Nacional e a manter uma estrutura precária na maioria das escolas e Cmei’s. Escolas com construções de placas ainda são uma realidade. Tamanha é a contradição, que enquanto as escolas estão nessa situação, OS FILHOS DO GOVERNADOR E DA MAIORIA DOS POLÍTICOS ESTUDAM NO EXTERIOR OU EM ESCOLAS PARTICULARES.
NA ÉPOCA DAS ELEIÇÕES todos os políticos falam da educação, fazendo PROMESSAS DE MELHORIAS, MAS QUANDO PASSAM AS ELEIÇÕES é aplicada uma política de precarização da educação e arrocho salarial para os trabalhadores. Essa é uma política de todos os governos. Isso demonstra a demagogia desses velhos partidos e do Estado, que não pretende valorizar e priorizar a educação pública.
Seguindo essa linha, MARCONI PERILLO acaba de dar mais um duro golpe contra os direitos dos trabalhadores da educação. O seu governo RASGOU O PLANO DE CARREIRA E OS DEPUTADOS APROVARAM, sem o mínimo debate, uma nova lei que retira direitos adquiridos. Além de retirar direitos, o governo continua a não pagar o Piso Nacional. Para enganar os trabalhadores e a sociedade o governo INCORPOROU UMA GRATIFICAÇÃO QUE O PROFESSOR JÁ RECEBIA (TITULARIDADE) AO SALÁRIO BASE. Foi com essa maquiagem ou artimanha que o governo está fazendo propaganda nos meios de comunicação de que está pagando o Piso, mas isso não passa de uma enganação.
Para tentar fazer prevalecer a mentira, O GOVERNO MARCONI GASTA MILHÕES EM PROPAGANDA. O jornal Diário da Manhã é o principal porta-voz do governo. Mas isso não se limita a ele, todos os meios de comunicação de Goiás são controlados pelo governo com muito dinheiro. Assim, A GRANDE MÍDIA LOCAL AJUDA O GOVERNO A PROPAGAR A MENTIRA PARA A POPULAÇÃO.
A situação da educação está precária e a culpa não é a falta de dinheiro dos governos. O BRASIL É UM DOS PAÍSES COM MAIOR ARRECADAÇÃO DO MUNDO E A SUA POPULAÇÃO É UMA DAS QUE MAIS PAGA IMPOSTOS. Enquanto isso predomina o sofrimento da população com o serviço público precarizado e a concentração de renda.
A POLÍTICA DO ESTADO BRASILEIRO E DE GOIÁS É CONTRÁRIA AOS INTERESSES DA POPULAÇÃO E SERVE APENAS PARA BENEFICIAR OS INTERESSES DAS CLASSES DOMINANTES. Os políticos, os governos e os velhos partidos não vão defender os interesses da população por educação, saúde e qualidade de vida. Somente a luta dos que dependem das escolas públicas pode fazer isso. Toda a população deve ir para as ruas em defesa de UMA NOVA EDUCAÇÃO, UMA NOVA POLÍTICA E UMA NOVA ECONOMIA, QUE SÓ PODE SER ALCANÇADA COM A LUTA POPULAR.
Para mais informações acesse: www.mobilizacaoprofessoresgo.blogspot.com
                                                    www.facebook.com/groups/mobilizacao.professores.go          


PANFLETO II:

Depoimentos de indignação III

"Quando eu me lembro o quanto suamos pelas conquistas adquiridas; sofrendo retaliações, chacotas dos colegas que achavam que greve não adiantava; mal olhado daqueles que não acreditavam em mudanças e isso foi tudo para o ralo... Dá vontade de colocar todos esses bandidos em um foguete e mandá-los para o espaço!"

Lucí Meire Santana

"Com certeza, deputado José de Lima, os professores não ficarão ricos com salário que recebem, mas este é ganho trabalhando e estudando, com honestidade , suportando violência todos os dias das mais variadas formas , enquanto que o nobre deputado, com certeza ficará rico recebendo 14º ,15º e outros nas caladas da noite para votar um projeto como este do Piso. Não se envergonha de tais comentários? O senhor consegue dormir em paz depois disso? O senhor nunca precisou de professores? E seus filhos? Mas é claro que precisou, não é mesmo? Para ser eleito! Não sou professora, mas respeito aqueles que me fizeram ser quem eu sou hoje, uma profissional bem sucedida, e em quem confio a educação de meus filhos. Mesmo pobres, os professores merecem nosso respeito."

Mônica Lemos Gentili

"Muito me entristece acompanhar os últimos acontecimentos que envolvem os personagens da educação: protagonistas e coadjuvantes em um duelo sem precedentes. Espero realmente que este elenco composto por professores comprovadamente desunidos reconheça que são personagens principais desta novela que vem sendo escrita e reescrita de uma forma que já não sabemos ao certo qual seja o nosso verdadeiro papel: professor? Pais? Psicólogos? Policiais? Tudo isso e mais um pouco? Sim! Tudo isso e mais um pouco.

Será a educação formal uma instituição falida? Será o fim da profissão cuja missão é a mais bela da história da humanidade? Certa vez, ser professor era motivo de orgulho, hoje é motivo de sarcasmo.

É triste ver que não somos valorizados e não nos valorizamos também, pois sempre que temos voz não a usamos pelo fato de acreditarmos mais uma vez em falácias, ficando assim mais uma vez à mercê de politiqueiros que estão transformando nossa árdua missão em uma visão oportunista e desumana. Lamento por tudo isso. E pergunto: como é que esperam que professores entrem em sala de aula e preguem a cidadania, o amor, o respeito, a esperança?"

Terezinha Vitor de Lima (Cartas dos Leitores - Jornal O popular - 29/12/2011)

Aula de hipocrisia com salário dos professores

Quem fala de apagão de mão de obra deveria pensar no apagão das consciências.

Eu, você e o país inteiro já cansamos de ouvir que o Brasil deve ter como prioridade a educação. A moda, agora, é lembrar que a Coréia do Sul virou um país desenvolvido porque não esqueceu dessa visão no tempo certo. Que novidade, não?

Claro que a educação é prioridade número 1. Só acho que não vale ser tão hipócrita.

O Globo acaba de revelar, numa bela matéria de hoje, que temos um déficit de 300 000 professores nas escolas públicas para 2012. Supondo que nossas classes sejam formadas por 30 estudantes, é só fazer as contas para concluir que teremos milhões de alunos prejudicados em seus estudos no ano que vem. Não terão a materia devida ou vão recebê-la de mestres pouco preparados.

A razão? Salário. Os vencimentos desses professores estão abaixo da renda média do brasileiro. É isso aí.

O cara vai para a faculdade, forma-se, resolve fazer uma atividade que todo mundo enche a boca para dizer que é MUITO IMPORTANTE mas na hora de pegar o contracheque não consegue ficar nem na média da população. A renda média do brasileiro, em agosto, era de R$ 1470 mensais. Já o salário de professores, em média, não chega a R$ 1300. É essa a prioridade — com o bolso dos outros. É humilhante para quem leciona e para quem assiste aula. Eu poderia listar uma série de atividades que oferecem uma remuneração maior. Você também. Mas não vou fazer isso porque acho desrespeitoso. É uma forma de desvalorizar o trabalho alheio.

Mas está na cara que nossos professores ganham pouco. Quem discordar só precisa candidatar-se às 300 000 vagas existentes.

Paulo Moreira Leite (Revista Época > "Vamos combinar")

Remuneração: docentes na base da pirâmide

Estudo constata baixa remuneração de professores a causa da pouca atratividade da profissão

Um estudo realizado por dois pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) sobre remuneração e características do trabalho docente no Brasil mostra que a profissão de professor está na base da pirâmide de carreiras. Como outras categorias com curso superior, os docentes no País têm baixa remuneração, mostra a comparação dos salários médios apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Censo Escolar 2009, entre professores e outras categorias com mesmo nível de formação (veja quadro). Esse é um dos principais - senão o principal - motivos pelos quais a carreira docente não atrai os melhores alunos, como O POPULAR já mostrou em várias reportagens, baseadas em outras pesquisas.

Já que o professor é um elemento determinante na qualidade da educação, a pesquisa realizada por Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto, da USP, mostra que as políticas devem estar assentada em quatro pilares: jornada de trabalho adequada, boa formação inicial (especialmente a graduação), plano de carreira e salário. "Um bom plano de carreira é fundamental para atrair jovens professores, já que a rede precisa crescer para atender um porcentual grande de alunos que deveria estar no ensino médio", pondera Thiago Alves. Ele lembra que 82,4% do total de 1,972 milhão de docentes brasileiros atuam nas redes públicas. Um bom plano de carreira também deve oferecer chances de progressão que estimulem o professor a permanecer em sala de aula.

Sobre a jornada adequada, os pesquisadores concluem que ela deve reservar um porcentual de 20% a 30% para horas-atividade (elaboração e correção de provas, planejamento de aulas e de outras atividades docentes). O ideal, aponta o estudo, é a jornada de 40 horas, com salário adequado, de modo que o professor se dedique apenas à escola à qual é vinculado. "Se ele tem salário adequado, não vai fazer bico", analisa Thiago. Não é o que acontece na prática, embora a pesquisa também traga luz para esse mito: 11,2% dos professores de nível superior fazem bicos. Em Goiás, essa proporção é de 7,4%.

58% vem da rede privada

A formação inicial dos docentes é vista com particular preocupação. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e do Censo Escolar apontam que 58,5% são formados em instituições privadas. No grupo que trabalha com educação infantil, o índice sobe para 67,8%. "Esse dado é ruim, porque as instituições públicas gozam de mais prestígio", observa Thiago.

A pesquisa também traz um dado curioso: apesar de mais de 82% dos professores atuarem nas redes públicas, quando vão escolher a escola para seus filhos, 40% os matriculam em instituições particulares. Em Brasília, onde estão os docentes mais bem remunerados do País, está também o maior porcentual de filhos de professores matriculados em escolas particulares: 79,6%.

Falta de valorização é "dramática

A falta de valorização do professor no Brasil é histórica, concordam estudiosos do assunto, mas, para o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o cientista político Daniel Cara, ela adquiriu contornos "dramáticos" nos últimos anos. "O quadro está se deteriorando cada vez mais devido à incapacidade de perceber que educação tem de ser prioridade", alerta Cara. A diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, concorda e lembra que vários estudos recentes mostram que o fator que mais impacta na qualidade da educação é o professor. "Qualquer política relacionada ao professor vai ter impacto na aprendizagem."

Priscila entende que, como principal profissional do País, o professor deveria estar no topo e não na base da pirâmide social. "Ele é necessário para formar os demais profissionais, deveria estar entre os mais bem remunerados", ressalta. "A educação nunca foi entendida como estratégica, importante, ou os professores receberiam salários maiores", acrescenta Daniel Cara. Para os estudiosos, o resultado da pesquisa só ressalta a necessidade de mobilização em torno do Plano Nacional de Educação (PNE), em discussão no Congresso Nacional. Eles defendem a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (soma das riquezas da nação) para a educação, além do piso salarial de R$ 2 mil.

Daniel Cara ressalta que não é só o financiamento que resolverá os problemas da educação no País. O salto de qualidade, destaca, só acontecerá se a maior destinação de recursos for acompanhada da melhoria da gestão da rede pública e forte valorização do professor, não só salarial, mas com valorização social. "Ele deve ser visto como a figura central para o desenvolvimento do País e, para isso, é preciso garantir sua formação continuada". Daniel entende que o Brasil hoje tem uma escola com formatação dos séculos 18 e 19, um profssor do século 20 e alunos do século 21. "A sociedade brasileira precisa assumir como pauta de justiça social melhorar a educação pública no País", sugere o especialista.

Priscila Cruz argumenta que a grande missão, hoje, é garantir que a criança realmente aprenda, já que o acesso à escola foi universalizado.


Carla Borges


Polêmica em relação a piso salarial

A Secretaria Estadual da Educação (SEE) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o salário médio dos professores da rede pública estadual em Goiás era de R$ 2,4 mil, valor que subiu para R$ 2,71 mil ontem, quando entrou em vigor o novo plano de carreira, proposto pelo governo estadual e aprovado pela Assembleia Legislativa no início deste mês. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego) contesta esses valores, mas informa que não tem meios de apresentar o que seriam os valores reais porque não recebe da SEE informações oficiais sobre o cálculo de salários.

A secretaria acrescenta que o piso salarial no Estado é de R$ 1.395. Atualmente cerca de 1,3 mil professores recebem abaixo do piso nacional de R$ 1.187, defindio em lei federal.

Mitos

O estudo realizado pelos profissionais da USP derruba alguns mitos, segundo os pesquisadores. "Um dos mitos que caiu por terra foi o de que o professor trabalha pouco", revelou Thiago ao POPULAR, que teve acesso à íntegra da pesquisa. O outro, obviamente, é de que o professor não é mal remunerado em comparação a categorias equivalentes. 

Thiago Alves observa que a docência, no Brasil, sempre foi considerada uma profissão secundária, ao contrário de países como o Japão, onde o status de um professor é equivalente ao de um juiz.

Marcos Elias